Debater a autenticidade e a transparência da rede
trará de volta alguns dos autores já abordados nas temáticas anteriores.
Quando Baudrillard nos fala de simulacros e simulações,
de vivência em hiper-realidade será possível encontrar transparência
e autenticidade no ciberespaço?
Ao assumir que vivemos num conjunto de momentos ludibriados,
assumimos, que somos uma espécie de camaleões. Dependendo da ocasião
revelamos uma cor diferente. E se trajamos uma cor consoante a situação não
será de todo possível transmitir autenticidade e transparência.
Castells
diz-nos, “A ‘sociedade em rede’, tem como base o estudo das TIC (tecnologias
da informação e comunicação) e como estas mexem com as relações humanas.’
É um sistema de nós interligados. E os nós
são, em linguagem formal, os pontos onde a curva se intersecta a si própria. As
redes são estruturas abertas que evoluem acrescentando ou removendo nós de
acordo com as mudanças necessárias dos programas que conseguem atingir
os objectivos de performance para a rede.”
“É um sistema de nós interligados.” (Castells,
2006) E quem somos nós? Somos capazes de nos identificar?
Neste mundo emergente, na era da globalização,
a perda de identidade é uma constante. Tudo o que faz parte
de nós, as crenças, os gostos, os saberes, são moldados consoante a sociedade
em que vivemos. E a verdade é que neste momento vivemos numa
sociedade virtual – uma cibercultura num ciberespaço.
Não
quero com isto dizer que não há autenticidade e transparência
de rede, até porque segundo Lévy, o mundo virtual
“não se trata de modo algum de um mundo falso ou imaginário. Ao contrário, a
virtualização é a dinâmica mesma do mundo comum, é aquilo através do qual
compartilhamos uma realidade. Longe de circunscrever o reino da mentira, o
virtual é precisamente o modo de existência de que surgem tanto a verdade como
a mentira”, ou seja, há a realidade e depois há o irreal, há o autêntico e
o inautêntico, a transparência e a ausência de transparência.
Dependerá
sempre de mim, do meu eu, fazer uma triagem
da informação que recolho do ciberespaço de forma a evitar esta
falta de autenticidade e transparência.
Cada Nós verá sempre o que quiser!
Referências
Baudrillard, J.
(1991). Simulacros e Simulação. Lisboa: Relógio d’Água.
Castells,
(2006) “Informacionalismos, redes y sociedad red.
Lagoa, Mário.
Autenticidade na rede: estudo da identidade digital. Dissertação de Mestrado em
Pedagogia do e- learning. 2016. Universidade Aberta. https://repositorioaberto.uab.pt/bitstream/10400.2/5574/1/TMPEL_AntonioLagoa.pdf (2 de janeiro 2020)
Lévy, P. (2000)
Cibercultura. Lisboa: Piaget.
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